DEFORMIDADES TORÁCICAS



Sua causa permanece desconhecida. No entanto, a teoria mais aceita para o aparecimento destas deformidades sugere que existe um crescimento exagerado das cartilagens costais, o que provoca o seu encurvamento, bem como do esterno, para frente no caso de peito carinado, ou para trás no caso de peito escavado.
Há história de algum parente com deformidade torácica em cerca de 1/3 dos casos. O peito carinado é mais freqüente em homens.
Não ocasionam nenhum problema na infância precoce. Crianças maiores podem reclamar de dor nas transições das costelas com o esterno, nas cartilagens costais. Alguns pacientes podem apresentar problemas cardíacos associados – o prolapso mitral – que pode ocasionar sopro e arritmias. A escoliose, curvatura lateral acentuada da coluna, pode estar associada em ¼ dos pacientes.
A cirurgia é a melhor opção para a correção dos defeitos da parede torácica anterior. O uso de aparelhos externos que provocam a compressão contínua do peito carinado não é efetivo: os aparelhos são utilizados por um longo período de tempo e podem provocar ulcerações da pele pela pressão.
Existem duas opções de tratamento cirúrgico: a técnica convencional e a técnica por vídeo-toracoscopia com colocação de barra metálica. A técnica convencional é a única opção para o Tórax Carinado. No caso do Tórax Escavado, as duas opções são exequíveis.
Na cirurgia convencional para a correção destas deformidades, uma incisão de aproximadamente 10cm é realizada na região anterior do tórax. O pericôndrio , um fino envelope das cartilagens das costelas, é aberto anteriormente , sendo retirada a cartilagem que compõe seu conteúdo . Ele é, em seguida , reconstituído para permitir um novo posicionamento do crescimento da parede do tórax. A incisão é fechada cuidadosamente com pontos de plástica. O resultado final esperado é de uma cicatriz linear vertical (homens) ou transversal abaixo das mamas (mulheres).
Uma pequena incisão de 4cm é realizada em cada lado do tórax. Uma microcâmera de TV observa a região abaixo do esterno, por onde é realizada a passagem de uma barra metálica em formato de “U”. A barra é posicionada transversalmente no tórax sob a região do defeito e então é girada, pressionando e posicionando a porção central do tórax para a frente. O resultado final são de duas finas cicatrizes laterais no tórax com 4 cm.
Prefere-se realizar a correção cirúrgica do peito carinado entre 6 a 8 anos . Geralmente , a cirurgia de correção do peito escavado é adiada até que a criança tenha começado o estirão de crescimento da puberdade.
Na técnica convencional: as complicações pós-operatórias são raras e pequenas . Em 2% dos pacientes pode ocorrer um pequeno acúmulo de ar à frente dos pulmões , que requer eventualmente uma punção ou apenas observação . A infecção da ferida operatória é rara . A recorrência do peito escavado com o passar dos anos foi descrita nos casos em que a cirurgia foi realizada em crianças muito pequenas.
Na técnica por videotoracoscopia: as principais complicações são os deslocamentos e rotações da barra (9%).
